Esperanto como acelerador do multilinguismo das crianças
Diretrizes para professores
Introdução
O curso pedagógico Acelerador para Ser Multilíngue (Multilingualism Accelerator – MLA) foi criado para servir como introdução no aprendizado de línguas estrangeiras e para tornar mais rápido o aprendizado dessas línguas. Como se sabe, os fundamentos do Esperanto foram feitos planejadamente (língua planificada) e por isso eles têm uma gramática muito regular e um sistema de criação de palavras com radicais e afixos. Por isso é possível, durante um só ano escolar, após apenas 60 horas de aulas e com o auxílio de tarefas eletrônicas domiciliares que os estudantes fazem por si próprios em seus computadores, aprender a fundo o mínimo básico do Esperanto, o suficiente para que os estudantes sejam capazes de falar, compreender e ler por si próprios tudo o que estiver dentro de um conjunto mínimo instruído de morfemas.
Durante o curso, as crianças aprendem brincando a base de uma língua analítica e isso lhes dá a clara ideia sobre o modo como as línguas são organizadas. As crianças começam a compreender os conceitos gramaticais como plural, os dois casos básicos (nominativo e acusativo), a maneira de formação de frases e as possibilidades de criação de inúmeras palavras novas com base em radicais e afixos existentes em cada língua nacional. Assim, os estudantes começam a ter uma percepção clara sobre a estrutura universal das línguas, o que é chamado de saber metalinguístico.
Já depois de 2 horas de aula, as crianças compreendem que todos os substantivos têm a terminação -O, e os verbos no presente têm a terminação -AS. Quando eles compreendem que através desse saber e conhecendo 20 palavras elas já sabem construir frases por si próprias, então elas atingem um importante saber metalinguístico que lhes ajudará a compreender mais facilmente a gramática de sua língua paterna e das línguas estrangeiras que eles ainda aprenderão. Durante a segunda hora de aula as crianças recebem 4 envelopes, os quais contêm palavras de 3 espécies para 4 funções gramaticais, em cartões de cores diferentes. Colocando palavras aleatoriamente tiradas na mesma ordem - primeiro a vermelha, depois a amarela, e então a verde - elas organizam frases que elas devem traduzir e decidir se a frase arrumada tem sentido ou não. Isso funciona como um jogo divertido, com cuja ajuda elas aprendem rapidamente o papel do substantivo, do verbo e da preposição. Elas se divertem com os resultados de suas traduções ao mesmo tempo que aprendem os significados das palavras.
O material didático se baseia na ideia de aplicação de acesso científico à frequência de uso de palavras e gramática.
Já no ano de 1979, durante o encontro internacional de famílias esperantistas em Lucerne (Suíça), foi feita uma pesquisa interessante sobre a quantificação dos morfemas na conversação diária das crianças que desde o nascimento falam Esperanto em paralelo com a língua nacional do país onde vivem e/ou dos seus pais. Em Lucerne, na ocasião foram gravadas 60.000 palavras divididas em morfemas. Apenas em Esperanto é possível dividir todas as palavras em morfemas claros. Os morfemas foram quantificados por computador e ordenados por frequência. Os resultados obtidos foram revolucionários: no conjunto total havia apenas 1500 morfemas diferentes, entre os quais os primeiros 467 somaram 95% do total de palavras (texto), e os 250 morfemas mais frequentes somaram cerca de 80% do conjunto. Há alguns anos foram calculados por computador os morfemas em textos de internet que continham 10 milhões de palavras. Os resultados se assemelhavam muito aos resultados percentuais dos morfemas mais frequentes na língua conversada. A diferença entre esta pesquisa e a pesquisa mais antiga estava apenas no detalhe que a pesquisa antiga (em Lucerne) continha mais morfemas importantes para a conversação com crianças.
Com base nos morfemas mais frequentes, criou-se mais tarde o livro didático segundo o chamado método de Zagreb, segundo o qual pode-se continuar a aprender Esperanto em quarenta línguas.
O curso pedagógico Acelerador para Ser Multilíngue (MLA) baseia-se nessas pesquisas sobre a frequência do uso de morfemas na língua falada. Com base em cerca de 300 morfemas, foram preparados materiais didáticos pelos quais as crianças praticarão o uso da língua e da gramática, criando frases por conta própria desde o começo, ao invés de aprender sintagmas já prontos. Como a memorização de um grande número de morfemas é um dos problemas mais graves durante o aprendizado de todo idioma, o objetivo do MLA é minimizar a quantidade de morfemas a serem aprendidos, os quais possibilitarão aos alunos a construção de inúmeras frase e a obtenção de capacidade de comunicação. Por causa disso é especialmente importante que, durante a instrução, não sejam espontaneamente adicionados os morfemas que não foram previstos nos materiais didáticos.
A ideia do projeto era que o MLA instruísse os instrutores existentes para línguas estrangeiras apenas pela ajuda de um livro de instruções e materiais didáticos, em seu idioma, sem aprendizado anterior do Esperanto. O material ensinado contém um mínimo de Esperanto, o qual os instrutores que têm experiência com línguas estrangeiras podem aprender paralelamente com os estudantes e se preparar para as aulas.
Cursos experimentais em três escolas mostraram o sucesso do caminho escolhido. As respostas aos questionários para crianças, instrutores e pais mostraram o entusiasmo de todos para o aprendizado do MLA. As crianças gostaram muito do curso (2 horas semanais), e para as instrutoras ele foi não apenas interessante, mas elas também viram a utilidade dele. Através de dois testes ao fim do ano letivo, foi dada nota ao reconhecimento das noções gramaticais elementares na língua paterna e ao conhecimento metalinguístico dos alunos. Os testes foram preenchidos tanto pelos alunos que aprenderam Esperanto quanto por um grupo de igual tamanho com alunos que não aprenderam Esperanto. Mostrou-se que as crianças que aprenderam o MLA tiveram muito mais êxito que os que não aprenderam o MLA.
Assim, o MLA é uma introdução muito útil para as línguas estrangeiras, o qual acelera o aprendizado das mesmas, mas também permite uma melhor compreensão da estrutura e da gramática da língua paterna. Com base em pesquisas em cursos similares nos anos 1990 nós supomos que o aprendizado poderia ser mais rápido em cerca de 25 a 30% após 2 anos de aprendizado subsequente da língua paterna. Ainda mais à frente a diferença no conhecimento de línguas estrangeiras sempre aumenta mais e mais nos alunos do MLA em comparação com os que não aprenderam o MLA.
Um dos objetivos do MLA é estimular o uso ativo do idioma. Por isso seria ideal se as turmas onde se aprende o MLA entrassem em contato já a partir da segunda lição (20 aulas) com turmas de outros países, com os quais eles pudessem corresponder ou bater papo através de aparatos eletrônicos. Seria especialmente bom organizar ao fim do curso um encontro internacional dos grupos mais próximos, mas isso não é uma necessidade irrevogável.
Por fim, eis alguns exemplos da função propedêutica deste aprendizado. Naturalmente, existe uma transferência direta de conhecimento de palavras iguais ou similares em algumas línguas. Se os alunos aprendem como segunda língua, por exemplo, o alemão, eles encontrarão no Esperanto muitas palavras de igual origem, como LERNI, IN, NUR, DANKI, HAVI e outras. Porém, mais do que a transferência direta, é importante a transferência secreta, que significa a compreensão de noções como tempo verbal, modalidade, etc. A transferência secreta é derivada do fato que, durante o aprendizado de outra língua, a pessoa obtém o conhecimento metalinguístico, que é o conhecimento sobre a estrutura das línguas em geral. Se esse conhecimento será útil ou não, isso depende da língua usada como língua introdutória. Para esse objetivo, a melhor língua para obter uma transferência útil para o aprendizado de línguas indo-europeias é exatamente o Esperanto.
O que é necessário saber para ensinar MLA?
O que é acelerador para multilinguismo?
O MLA é um instrumento didático que ajuda o aprendizado de línguas estrangeiras. Ele é simples para o uso em escolas e locais similares, e seu uso é apoiado pelo portal https://lernu.net./instruado?lang=pt. O material didático contém 6 lições e, respectivamente, 60 horas de aula. Mais 4 horas de aula são planejadas para a repetição e/ou os testes.
Por que e como o aprendizado de Esperanto ajuda no aprendizado de outras línguas estrangeiras?
- O aprendizado de Esperanto é relativamente fácil para os estudantes.
- O Esperanto é uma língua planejada, o que significa que o seu autor, o médico polonês Zamenhof, o criou conforme um projeto - semelhante ao modo como se constroem casas a partir de projetos. Zamenhof refletiu muito bem sobre quais os elementos que o Esperanto deveria conter para torná-lo o mais simples possível para se aprender. Tomando diferentes idiomas latinas, germânicas e eslavas como base, ele imaginou o Esperanto como uma língua com quase nenhuma forma irregular ou exceção que sempre complica a nossa experiência de aprendizado de idiomas estrangeiros.
- Os estudantes reconhecem inconscientemente em Esperanto elementos de suas línguas.
- Como o Esperanto se baseia em diversas línguas latinas, germânicas e eslavas, ao aprenderem essa língua os estudantes entram numa área em que eles estão algo familiarizados, seja pela similaridade das palavras (seus radicais ou suas terminações), seja pela similaridade das construções gramaticais.
- O Esperanto pertence às línguas de tipo flexível.
- A maioria das regras gramaticais é comparável com as línguas paternas dos estudantes. Isso lhes ajuda a reconhecer e inconscientemente aprender as regras gramaticais.
- Se os estudantes aprendem alguma língua, será mais fácil aprender uma língua seguinte e outra posterior.
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Isso ocorre porque nós transportamos métodos ou estratégias de aprendizado de uma língua para a outra. Assim, nós conectamos palavras e regras gramaticais entre as línguas (sem fazê-lo conscientemente) e nós já estamos familiarizados com os processos de aprendizagem.
(https://www.psychologytoday.com/intl/blog/life-bilingual/201506/can-second-language-help-you-learn-third).
É aqui que o MLA representa uma ponte entre aprender uma língua do ponto de vista de um indivíduo e a atual política linguística na Europa que atende às expectativas dos pais.
Como o MLA se conecta com a política linguística da União Europeia e com as expectativas dos pais?
Em união com a globalização e a mobilidade, atualmente os pais na UE esperam, em harmonia com a política linguística da UE, que as escolas transmitam os conhecimentos sobre as línguas estrangeiras para as crianças.
(https://ec.europa.eu/education/policies/multilingualism/about-multilingualism-policy_en)
Além disso, os pais também apoiam o aprendizado de línguas estrangeiras desde cedo, já que é um fato bem conhecido que nós não devemos perder o período de desenvolvimento das crianças quando elas estão aprendendo novos idiomas num modo subconsciente de certa forma, usando estratégias adquiridas ao longo do aprendizado de sua(s) primeira(s) língua(s); somado a isso, elas também memorizam palavras de modo extremamente rápido.
Por que usar MLA para estudantes com idade de cerca de nove anos?
Perto dos nove e dez anos de idade, as crianças começam a apropriar-se das línguas de outro modo, pois elas fazem evoluir a apropriação analítica das línguas, o que significa que elas podem compreender o acesso metalinguístico às línguas e suas gramáticas. Então, como o MLA ajuda aqui?
Nessa idade e um pouco mais cedo, através do reconhecimento e aprendizado dos morfemas que são reconhecíveis e se baseiam nas línguas europeias acima mencionadas, o MLA ajuda na transição para a maneira analítica de apropriar-se das línguas, pois ele forma os fundamentos dos conhecimentos metalinguísticos que as crianças aplicam às línguas posteriores. É então que, para construir a base necessária, naturalmente tem um papel importante o método pelo qual nós lhes instruiremos o Esperanto.
Como podemos incluir MLA numa política linguística de uma escola?
Antes de tudo, o MLA oferece aos instrutores uma ajuda para serem intermediários de competências em línguas estrangeiras e, ao mesmo tempo, ajuda a construir uma política linguística escolar, pois é possível incluir o MLA na oferta de línguas estrangeiras dentro da escola e na sequência de seu aprendizado.
O que as escolas ganham com MLA?
O uso do MLA possibilita o trabalho em equipe dentro das escolas, pois ele exige que nós o incorporemos como apropriado na política linguística escolar e no currículo ensinado na escola. Isso significa que podemos planejar sobre quando incluir o MLA e também designar o professor que agirá como um agente do MLA para as crianças. Isso dá à escola uma nova ferramenta para o desenvolvimento do multilinguismo, e ajuda a escola a atingir o objetivo, na União Europeia, de que cada criança aprenda no mínimo duas línguas estrangeiras.
Como o MLA consegue unir a escola com a vizinhança?
O MLA permite a colaboração de várias escolas e a colaboração da escola com os pais e com a vizinhança mais vasta. Ele oferece a inclusão de grupos de indivíduos (como pais, avós) e permite a colaboração entre escolas, ajudando com isso na formação de políticas linguísticas locais e escolares.
É interessante também a possibilidade de interconexão de escolas além das fronteiras, pois o MLA permite aos estudantes encontrar-se com pessoas da mesma idade em nível linguístico igual. As escolas podem, através desse ferramental, ligar-se também pela internet ou organizar intercâmbios ao vivo, o que permite aos alunos o uso da língua numa situação real.
Um instrutor que usará o MLA deve ter quais capacidades?
O instrutor que for trabalhar o MLA com as crianças NÃO precisa ter desenvolvido proficiência linguística em Esperanto. O MLA está projetado de um modo que permite ao instrutor usar o MLA de forma competente apenas com preparações regulares das aulas. Essa vantagem é possibilitada pelo design espiral do MLA, a partir do simples para o mais complexo, e devido ao fato que o Esperanto é baseado em línguas latinas, germânicas e eslavas.
No entanto, recomenda-se que o instrutor que usa o MLA seja professor de alguma língua estrangeira ou da primeira língua das crianças, pois alguém experiente em idiomas achará mais fácil de compreender o uso do MLA. Assim, o MLA abre a possibilidade de comparações interlinguísticas, de onde os instrutores de línguas estrangeiras tirarão proveito para a sua própria especialização profissional.
Os instrutores de idiomas estrangeiros conhecem caminhos e métodos de instrução de línguas estrangeiras, compreendem o aprendizado de um idioma e são flexíveis sobre a transferência de métodos didáticos de uma língua estrangeira para outra. No entanto, se alguma escola tiver a ideia de arrumar um instrutor que domine o Esperanto, a tarefa de tal instrutor será mais fácil, pois o mesmo precisará de menos tempo de preparo para as aulas.
A especialização profissional dos instrutores, a qual os pesquisadores em educação experimentam durante projetos de colaboração com escolas, mostra que os instrutores aceitam mais facilmente as inovações na educação se eles não forem apenas obrigados a aplicá-las, mas também se eles mesmos crerem nelas. Assim, é importante que os instrutores tenham a possibilidade de tomar conhecimento do MLA, testá-lo e discutir sobre ele com a direção escolar e com outros. Tais dirigentes deveriam ajudar a criar uma atitude positiva em relação ao MLA. Experiências positivas de outros instrutores e escolas contribuem para isso - neste projeto nós testamos o material nas escolas elementares Rudolf Maister Šentilj (Eslovênia), Retkovec (Croácia) e Hristo Botev (Bulgária).
Quando os instrutores compreenderem que o MLA é uma ajuda prática e concreta para alavancar o aprendizado de línguas estrangeiras nas escolas, ele estimulará a ânsia de saber e o desejo de começar a usar o MLA na própria escola após uma preparação apropriada. Isto também exige que os próprios diretores e instrutores compreendam o MLA no contexto da política escolar e linguística mais vasta, e colabora a respeito dela com os pais e a vizinhança.
Abordagem metodológica do MLA
O MLA foi projetado na forma de um espiral, iniciando com os elementos mais simples que depois recebem novas etapas são expandidos. Ele consiste de apenas 300 morfemas, escolhidos de modo que, desde o começo, seja permitida a formação de frases com sentido. O uso de relativamente poucos morfemas é expandido por inúmeros afixos e terminações gramaticais que podem ser compreendidos em Esperanto como ferramentas práticas que nos ajudam a manipular o sentido de uma palavra. Os estudantes aprendem novos vocabulário e elementos gramaticais através de diferentes atividades de fala, escuta, leitura e escrita.
O material desse curso de 60 horas está organizado da seguinte maneira: Começa com a metade do livro-texto conforme o chamado Método de Zagreb, ou seja, com as primeiras seis aulas que são estruturadas conforme a frequência dos morfemas. Desse modo, na primeira aula, trabalhamos com os 40 primeiros morfemas mais comuns, outros 40 morfemas na segunda aula, e assim por diante, num total de 300 morfemas, entre os quais há poucas exceções, ou seja, poucos morfemas que não pertencem ao grupo dos mais comuns e são usados por causa das necessidades dos textos das aulas, dos diálogos e dos exercícios.
Os morfemas contêm elementos léxicos e gramaticais, de tal modo que, na medida do possível, estes elementos são alocados conforme a frequência do seu uso no Esperanto falado. Isso permite às crianças usar claramente a linguagem já na primeira aula e especialmente na segunda aula: fala e escrita de textos, e leitura e atuação em diálogos e esquetes. É por isso que é importante ser persistente e repetir esses materiais iniciais até que os instrutores vejam que as crianças aprenderam tudo, mesmo que elas não completem todas as aulas de acordo com o plano de curso. É também muito importante não adicionar morfemas que aumentaria o número total de morfemas.
Embora os instrutores que fazem o curso de 60 horas não tenham que processar todas as lições e blocos conforme planejado, seria bom aprender a quinta aula, que demonstra a lógica da organização linguística dos pronomes. O sistema de pronomes é muito complexo em todas as línguas e, por exemplo, em croata ele contém pelo menos entre 3000 e 4000 palavras, o que é muito difícil de se reunir num conjunto lógico. Em Esperanto, isto é muito mais simples e é feito pela combinação de elementos numa tabela de 5 x 8, resultando em 40 elementos. Apesar de os pronomes serem gradualmente introduzidos já na primeira aula, a estrutura completa só ficará destacada na quinta lição, o que vai ajudar demais as crianças no aprendizado de outras línguas estrangeiras.
Entretanto, não é importante completar todas as lições, de modo que, se por alguma razão os instrutores perceberem que as crianças não conseguem progredir conforme o plano, pode ser melhor parar e repetir o que já foi aprendido, até que eles estejam confiantes que o conteúdo foi bem entendido. Mesmo se elas não conseguirem atingir a quinta lição, a maioria dos pronomes será visto pelas crianças anteriormente, e isso vai facilitar-lhes o entendimento de idiomas estrangeiros.
Os estudantes aprendem novos vocabulário e elementos gramaticais por meio de diferentes atividades de fala, escuta, leitura e escrita, as quais estão esclarecidas detalhadamente a seguir.
Os materiais didáticos estão organizados de modo que os instrutores podem preparar-se para as aulas ao mesmo tempo que elas ocorrem e sem problemas, mesmo que eles não tenham um conhecimento prévio do Esperanto. Cada uma das lições é complementada com uma nova seção sobre aspectos gramaticais. Para cada lição, também existe uma lista de novos elementos gramaticais e uma lista de novas palavras, esclarecidas de maneira transparente. O plano para realização da atividade também inclui instruções sobre como e quando se espera que os instrutores introduzirão um novo conteúdo gramatical.
O curso completo é composto de 6 aulas divididas em blocos. O instrutor é livre para decidir se é melhor realizar o curso seguindo os blocos individuais (este método está explicado nos materiais) ou se é desejável dividir cada um os blocos individuais em lições escolares separadas. A escolha depende de opções de tempo e da concentração de estudantes, enquanto que os próprios materiais permitem que ambos os métodos sejam usados.
Materiais didáticos
Os materiais possuem muitas atividades, cujo objetivo é fazer evoluir as diversas espécies de capacidades linguísticas e ao mesmo tempo motivar as crianças a aprender. Nós aplicamos textos, gravações de som, exercícios, jogos, esquetes, cantos e exercícios computacionais. Você encontra todos os materiais no portal do MLA https://lernu.net./instruado?lang=pt numa forma pronta para impressão. Ali se encontram também links para os arquivos de som.
Durante algumas horas de aula nós prevemos o uso de computadores, e de fato existem exercícios especiais que completam o curso. Portanto, nós aconselhamos que você realize o curso em salas de aula que possibilitem o uso de computadores com acesso à internet. Se isso não é possível, você pode realizar atividades alternativas e usar os exercícios computacionais como tarefa para casa.
Espécies de materiais
- Textos e suas pronúncias
- A maioria das lições se baseia num texto inicial que introduz novas palavras e gramática. A pronúncia de todos os textos está no portal também à disposição como arquivo de som e nós recomendamos que, durante a leitura do texto, os estudantes o traduzam com a ajuda do instrutor.
- Diálogos
- Os materiais possuem também um conjunto de diálogos cujo fim é estimular as competências de fala. Usando os diálogos, nós possibilitamos experiências de fala aos estudantes antes que eles sejam capazes de criar frases por si próprios. Recomendamos que os estudantes primeiro leiam o diálogo em duplas, então eles leiam o mesmo diante dos demais colegas. As duplas sempre devem primeiro traduzir o diálogo por conta própria, e através disso estimulamos o aprendizado colaborativo.
- Exercícios e jogos
- No portal você tem à sua disposição muitos exercícios que estimulam, antes de tudo, as competências de leitura e de escrita dos estudantes. Você pode simplesmente imprimir em forma de folhas de trabalho a maioria dos exercícios. Alguns devem ser anteriormente preparados (cortar, distribuir em envelopes, etc.), para outros você precisará de um acessório (por exemplo, uma bola). Muitos exercícios se baseiam no fato de que as crianças criam frases por conta própria (às vezes, também palavras), pois o Esperanto permite a simples combinação de palavras numa frase com ajuda de algumas regras simples, sem temer uma frase gramaticalmente inválida, mas nós nem sempre vamos obter frases com sentido. Essa atividade criativa traz para as crianças uma motivação e uma diversão.
- Traduções
- Os exercícios em que se usa tradução pertencem às atividades mais difíceis dentro do curso. Elas apresentam um desafio para os estudantes e para os instrutores, pois geralmente os estudantes ainda não se tornaram conscientes de todos os processos que são necessários durante a tradução. Entretanto, os exercícios para traduzir do Esperanto para a língua nacional é um instrumento útil de ajuda para estimular a consciência linguística e oferecem às crianças uma reflexão sem mediações sobre as diferenças e as semelhanças entre as línguas. Essa consciência fornece uma experiência positiva para a aprendizagem posterior de idiomas.
- Cantos e teatros
- Os materiais contêm também cantos e esquetes. O conteúdo dos cantos está harmonizado com os textos das lições e assim ajudam as crianças a memorizar palavras de modo divertido. As esquetes estimulam o uso da língua em situações reais e oferecem às crianças um acesso divertido e sem pressões ao idioma.
- Uso de exercícios em computador
- No curso nós introduzimos também o uso de jogos por computador, pois de fato eles possibilitam o aprendizado que é tornado mais próximo às necessidades das crianças. A própria criança pode decidir pela quantidade de exercícios que ela deseja realizar conforme seu próprio ritmo de estudo. Além disso, o uso do computador durante as horas de aula geralmente significa uma maior motivação e divertimento.
Os exercícios em computador são uma parte do curso na escola, e assim é bom que se realize a instrução numa sala que possibilite o uso de computadores. Geralmente nos materiais existem ações alternativas que podem ser efetuadas se não se deseja ou não se pode usar computadores. Onde não houver alternativas, você mesmo pode jogar um jogo interativo (por exemplo, um jogo com envelopes de palavras que se assemelharem em conteúdo aos exercícios computacionais).
A novidade neste curso é o uso de exercícios em computador, nos quais o computador cria frases gramaticalmente corretas, mas aproximadamente metade delas não tem sentido semântico, e a outra metade tem sentido. Os estudantes podem por meio desse exercício brincar em casa de modo que o computador gerará a quantidade de frases que eles desejarem e eles devem definir se elas têm sentido ou não. Esse exercício é especialmente útil para aprender os significados das palavras. Se as crianças não conhecem o significado, elas devem buscá-lo num dicionário ou perguntar ao professor. Se elas repetem isso com frequência, elas aprendem os significados sem decorar de forma clássica. - Brincadeiras relaxantes
- O significado da atividade corporal para as crianças é especialmente importante durante o processo de aprendizado e nós aconselhamos que entre todos os blocos de aulas você disponibilize 5 minutos para uma breve brincadeira em movimento. A brincadeira não deve se relacionar com o aprendizado, mas ela deve proporcionar um repouso para a cabeça e um desafio para o corpo.
- Tarefas para casa
- Todo aprendizado de idiomas exige que se decore certa quantidade de palavras, o que está ligado com certo número de repetições das palavras. Portanto, o aprendizado satisfatório de uma língua é impossível durante uma ou duas horas de aulas por semana. Tarefas para casa apresentam uma ponte que leva à continuação do aprendizado e do seu sucesso. Assim, após cada bloco de aulas nós colocamos as tarefas para casa. Às vezes se tratam de exercícios que devem ser impressos, e antes de tudo recomendamos estimular os estudantes a usar exercícios por computador, onde eles podem continuar por si próprios o processo de aprendizagem.